sábado, 3 de agosto de 2013

O infantilismo político na Rede

Do Correio Braziliense

Pedro Piccolo Contesini, 27 anos, membro da Comissão Executiva Nacional Provisória da Rede Sustentabilidade, pediu seu afastamento da organização, ontem. O sociólogo foi identificado com uma camisa do partido que Marina Silva tenta criar para concorrer às eleições de 2014 durante a depredação do Palácio Itamaraty, em 20 de junho. Ele participava das manifestações naquela noite e imagens a que o Correio teve acesso mostravam o militante com uma barra de ferro, de cerca de dois metros. Na sequência das fotos, o rapaz joga o objeto em direção ao prédio.
Ainda na tarde de ontem, a Rede soltou nota em que anunciava o afastamento de Pedro, pelo menos até que as ações dele fossem apuradas. “Em decorrência da investigação iniciada pela Polícia Federal sobre sua suposta participação nos atos de depredação do Itamaraty, Pedro Piccolo Contesini, membro da Executiva Nacional Provisória da Rede Sustentabilidade, pediu nesta tarde o afastamento do cargo até que os fatos sejam apurados. A Executiva Nacional Provisória acata e respeita a decisão de Piccolo”, afirma a nota.
Em seu perfil no Facebook, o rapaz admitiu ter participado do ato e, inclusive, ter usado a barra de ferro, mas, segundo ele, somente como proteção. “A tensão foi crescendo e o único lugar que parecia mais desguarnecido de tropas era o Palácio do Itamaraty, para onde a PM praticamente empurrou uma parte dos manifestantes, ao continuar a jogar bombas sobre o gramado diante do Congresso. Esse foi o contexto de um dia no qual cometi muitos erros, mas só pude ter plena consciência deles retrospectivamente”, alegou.
Apesar de afirmar que não depredou o prédio, Pedro acabou pedindo desculpas para os companheiros de organização. “Hoje vejo com clareza os excessos que cometi e o risco a que submeti a Rede, de ser caluniada ou passar a ser objeto de insinuações de ter algo a ver com os quebra-quebras durante as manifestações. Estou arrependido, errei politicamente, mas em nenhum momento cometi crime”, continuou. Os reparos com o Palácio do Itamaraty custaram R$ 18,5 mil.
Pedro Contesini foi procurado por agentes da Polícia Civil do DF em 24 de julho. Segundo o rapaz, ele prestou depoimento na 5ª Delegacia de Polícia. De lá, o processo seguiria para a Polícia Federal. Só então seria produzido um inquérito, a ser enviado ao Ministério Público, que decidiria pela abertura, ou não, de processo judicial.

Punido
A Marinha puniu um fuzileiro naval que teria participado no dia 20 de junho, da manifestação no Palácio do Itamaraty, que teve vários vidros quebrados por pedras, além de outros danos. Um vídeo identificou o militar no prédio do Ministério das Relações Exteriores e chegou até mesmo a apresentar documentos para os policiais que cercavam o local. Por ser integrante das Forças Armadas, o fuzileiro não poderia participar de protesto, assim como integrantes das demais armas e da área de segurança. Segundo estatuto dos militares, ele cometeu uma infração disciplinar e foi punido. A Marinha não informou qual foi a sanção aplicada. Ontem, a Polícia Federal indiciou duas pessoas pelo ato contra o Itamaraty.

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