Houve quem procurasse desqualificar a menção à destinação dos recursos do petróleo para a educação no discurso de Dilma. Chegaram a dizer que "não existe", que é megalomania. Foram reações muito desesperadas.
Todas as falas das lideranças tucanas à imprensa tem um ponto em comum: afirmar sua convicção contrária à gestão da Petrobrás no presente. Em suma, eles defendem mais abertura para os mercados do que a atual.
Fica a puga atrás da orelha: as recentes pesquisas sobre o Campo de Libra demonstraram a perspectiva de 8 a 12 bilhões de barris de petróleo (algo que representa mais de 2/3 do que a Petrobrás produziu em toda sua história). Qual a puga?
A puga é a fala daqueles que, no atual contexto político, passaram a dizer que isso "não existe". Que os recursos do petróleo para a educação não são algo concreto.
Correndo em paralelo com essa desqualificação, a fala dos líderes da oposição acenando para a necessidade de mudar as regras do jogo na Petrobrás.
Não sou favorável a ressuscitar velhos fantasmas do século XX como aqueles que tem evocado o acirramento entre direita e esquerda à lá Guerra Fria. Ao mesmo tempo, é importante frisar que não estamos tão distantes do século XX para esquecer que o Petróleo têm sido, ao longo do tempo, objeto de disputa e interesses econômicos poderosos, levando a conflitos armados.
Essa coincidência entre desestabilização política e a proximidade do início da exploração do Petróleo dos novos campos, somada às falas direcionadas ao mercado (sendo dissonantes as do governo e da oposição) é estranha.
A presença disso no discurso de Dilma, juntamente com a fala de que "o poder cidadão deve prevalecer sobre o poder econômico" é outra pulga.
Se há interesses obscuros em jogo, não me parece que seja o caso para o governo emitir meias mensagens. Que trate de compartilhar com todos os brasileiros, tirando-os da obscuridade.
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